HISTÓRIA DO BAIRRO DA EVA

BAIRRO DA EVA

O nome Bairro da Eva surgiu com o falecimento de uma pessoa de extrema importância chamada Eva Domingues de Oliveira filha de Amaro Faria Domingues e de Dona Avelina Maria de Jesus, nascida aos 23 de setembro de 1938 no município de Ibiúna, casada com João Xavier de Oliveira e mãe de Iracema Domingues Vilela, Antonio Xavier de Oliveira, Sirlene Faria Domingues e Solange Faria Domingues.
No passado ela era proprietária de uma mercearia popularmente chamada de Armazém da Eva, era muito conhecida, fornecia mercadoria para empreiteiros da Sama e região.
A religiosidade era muito cultivada, cada família fazia um terço por mês aparecendo assiduamente todos moradores da região para este.Aos finais – de – semana reuniam–se em frente ao armazém homens e crianças que jogavam maia, palito e dominó (brincadeiras mais freqüentes) minha mãe tinha dois grandes sonhos, e primeiro de trazer luz elétrica para o Bairro e o 2º uma escola que alfabetizasse os moradores, estes em sua maioria ignorantes e trabalhadores da terra, considerando o estudo como “coisa de rico” muito longe de seu alcance; do 1º sonho de trazer a luz elétrica para o Bairro, juntamente com Senhor Paulo de Abreu conhecido como “Paulo Português, que sem a ajuda de Deus isso não aconteceria, a escola somente foi inaugurada em 1988, sendo Iracema a filha quem cortou a fita de inauguração, emocionada por ser um sonho de sua mãe”.
Por sua influência no Bairro, os políticos a procuravam muito, era muito solidária com as pessoas ajudando – as financeiramente na hora da doença.
No entanto esta tão bonita trajetória de vida teve um fim trágico, acontecendo em uma participação de muitos comícios políticos, dia 31 de outubro de 1975 indo para mais
um destes, sai de casa com seus 04 filhos, irmã e 02 sobrinhas para o comício que aconteceria no bairro das Palmeiras.
Antes de sair na carreata para o destino, estávamos em Juquitiba em frente a padaria na entrada da cidade, quando de repente um relâmpago cai no poste do outro lado da pista e uma labareda toma conta do transformador. Então de imediato assustada a filha Iracema empurra sua mãe dizendo: ____ Vamos sair daqui, ela, pois sua mão em mim e me disse: ____ Calma menina não tem perigo.
Encontramos em uma Rural (carro popular da época) o qual o prefeito deixara para disposição da família; já dentro do carro uma chama no câmbio da Rural, desesperado o

motorista salta do veiculo dizendo: Salva – se quem puder, nisto olhamos para fora da janela e as pessoas caiam, pois os fios cortaram e sacudiam pegando fogo atingindo – as.
Minha mãe estava sentada na frente ao lado do motorista, saindo logo após este, cai no chão porque pegou na lataria onde estavam alguns fios elétricos, vendo isto a filha tenta abrir a porta do lado do motorista não obtendo sucesso, então se jogando pela janela e ao se levantar colocou também as mãos na lataria caindo em seguida desmaiada , enquanto isso D. Eva do outro lado levanta e Jorge Victor Vieira vindo da padaria corre para ajuda – lá, dando – lhe a mão , quando isso ocorre os dois caem no chão , do outro lado a filha Iracema levanta e começa a andar como  se estivesse sonâmbula , quando tomo  consciência do que tinha acontecido estava na ponte, voltando desesperada chorando muito e todos que me encontravam me consolavam dizendo que estava tudo bem e minha mãe só iria para o hospital para fazer exames .
Lembro – me de ver minha mãe posta em uma maca colocada na ambulância, vem para casa mais calma e ao chegar aqui vejo minha tia chorando e falou – me que minha mãe estava morta, disse que não que ela tinha ido ao hospital apenas para fazer exames, vejo então um homem estranho pedindo os documentos dela e seriamente disse – me: ___ Sua mãe morreu.
Há 04 anos depois cheguei de Itapecerica da Serra para Juquitiba e fui pegar um táxi, perguntei quanto cobraria para me levar ao Bairro dos Carmos, ele perguntou – me ___ Para onde? Bairro dos Carmos ou Bairro da Eva ri e disse é o da Eva.
 Outro Morador de extrema importância no Bairro é o senhor Antonio Rodrigues nascido no dia 12 de abril de 1935, residente há 46 anos no bairro da Eva sendo o primeiro morador do bairro foi Joaquim Soares de Borba proprietário de toda região, que  antigamente pertencia ao bairro dos Carmos. Posteriormente foram surgindo outras famílias: Mario faria Domingues; João Messias, Antonio soares de Camargo.
As Estradas foram construídas manualmente com pás e enxadas, de forma muito precária, com a contribuição de alguns moradores, entre eles podemos citar: Pedro Pinto, Alcides Garcia e Antonio Rodrigues. Essa estrada foi construída em 5 meses que unia o Bairro da Eva e Bairro dos Ritas.
Os bairros vizinhos são: Bairro laranjeiras, Bairro dos Camargos, Bairro dos ritas e Bairro do Cruzalva.
As representações artísticas do bairro são feitas através do folclore, com danças típicas: boi-bumbá trança fita, forro, violão de lenço, dança do rim, dança do feijão e dança do mono, dança de Santa Cruz, festa de Reis entre outras.
Naquela época o número de famílias era pequeno sendo 10 ou 12. Atualmente o bairro conta com cercas de 40 famílias que são moradores efetivos e mais os sitiantes.
Eles possuíam uma pobre alimentação, utilizando apenas açúcar, café e sal que eram comprados em Itapecerica da Serra e Santo Amaro.
A viagem acontecia em torno de 4 dias. E os meios de transporte utilizado eram puxados por animais. As outras alimentações como feijão e farinha eram de suas produções e eventualmente se dispunham de caça e pesca.
As mercadorias produzidas eram levadas até Juquitiba para troca ou venda.
Quanto aos meios de transportes, eram inexistentes. O primeiro carro surgiu na localidade em 1950 foi um CHEVROLET 48, como proprietário Zeca Bernardo.
As crianças caminhavam vários quilômetros em qualquer condição climática para chegar até a escola do centro chamada de E.E. Juquitiba hoje E.E. Oredo Rodrigues da Cruz, levando sempre alguns alimentos para a merenda escolar.
Naquele tempo não existiam médicos, e sim curandeiros que se valiam de chás de ervas e benzimentos e outras receitas caseiras, onde podemos destacar: Juvenal Branco, José Guilherme dos Santos, Raimundo Pires, Joaquim Rosa e outros.
No que diz respeito a religiões a Católica prevalecia. Com tudo, não havia padres, e os moradores se reuniam para as rezas.
Quando algum morador falecia seu corpo era levado até Juquitiba enrolado em uma espécie de rede e enterrado sem caixão.
Os moradores sempre lutaram pelo progresso do bairro, e muitas reivindicações eram feitas, porém poucas foram cumpridas, tais como: meios de transporte, iluminação, escola, empregos, conservação da estrada, lazer, esporte, agentes de saúde, entre outros.
Os pontos principais do bairro são:
¨ Escola Estadual Bairro da Eva utilizada esporadicamente pelos voluntários para cursos, apoio em estudos à população realizados pela Associação de Bairro e realização de festas comunitárias beneficentes;
¨ Igreja Católica Apostólica Romana Nossa Senhora de Fátima;
¨ Igreja Evangélica Congregação Cristã no Brasil.
            Um fator importante do Bairro é a realização das festas tradicionais todos os anos como a “Folia dos Reis” realizada pelo festeiro Horácio.
            Diante disso, algumas curiosidades antigas do bairro de muita importância histórica são:
¨ o fogão a gás surgiu em 1945;
¨ a região é composta por Paçoarés, árvores centenárias que assistiam todo o desenlace dessa história.
Obs.: Esse histórico foi levantado através da entrevista com a senhora Diulina Rodrigues  (72 anos), o Senhor Antonio Rodrigues (71 anos) e a filha de D. Eva a Senhora Iracema Domingues Vilela (46 anos). 


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